FILOSOFANDO O COTIDIANO

O autor define com mestria o significado da FILOSOFIA ESPÍRITA vigente no atual estágio evolutivo em que nos encontramos.
Acompanhe conosco esse processo de encontros e desafios, que definem o Ser em busca de si mesmo através de ações que convergem a favor da paz e da Harmonia.

Educar para o pensar espírita é educar o ser para dimensões conscienciais superiores. Esta educação para o Espírito implica em atualizar as próprias potencialidades, desenvolvendo e ampliando o seu horizonte intelecto-moral em contínua ligação com os Espíritos Superiores que conduzem os destinos humanos.(STS)

Base Estrutural do ©PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS (EFE, 2001): Consulte o rodapé deste Blog.

12 de agosto de 2012

PINGA-FOGO SOBRE TEMAS POLÊMICOS


O Espiritismo não é polêmico - ele resolve todas as polêmicas, pois harmoniza os contrários...; a sua dialética conduz ao pleno entendimento das questões mais prementes da vida humana com lógica e clareza.
No dia 10 de agosto participei de um Pinga-Fogo no Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz, respondendo perguntas feitas pelo público frequentador de suas Reuniões Públicas. Neste site comento: Capelinos:ainda estão na Terra? ; Infância e Juventude de Jesus de Nazaré; Fertilização in vitro e células-tronco; Homossexualidade; Escritores de obras violentas; Depressão; Os cães estão mais próximos em evolução, ao homem? Fluidos. Também cito fontes de pesquisa para todos os que quiserem se informar em detalhes.

No site http://filosofiaespiritaencantamentoecaminho.blogspot.com você encontrará detalhes de outro Pinga-Fogo que participei, com questões de grande importância, à luz de nossa Doutrina de Luz.
Espero ter colaborado para o esclarecimento dos interessados; O Espiritismo é e será sempre o condutor de nossos conhecimentos - através dele podemos compreender o nosso momento existencial, e o momento tormentoso que o mundo atravessa, por isso, fazemos o convite: ESTUDE-O, ESTUDE-O, ESTUDE-O!


1) HÁ QUEM AFIRME QUE AINDA EXISTEM CAPELINOS AQUI NA TERRA. ELES TÊM CONSCIÊNCIA DISSO? O APRIMORAMENTO DE NOSSA ESPÉCIE SE DEU A PARTIR DA MISTURA COM OS CAPELINOS. COMO SE DEU ISSO NO NÍVEL FÍSICO E ESPIRITUAL?
Nas questões de número 50 a 58 de O Livro dos Espíritos (LE), os Espíritos Superiores respondem a Allan Kardec que a espécie humana desenvolveu-se na Terra em vários lugares e em diversas épocas, dispersando-se e aliando-se às diferentes raças formando novos tipos.
O ser humano, como ser pensante, o que implica em ter consciência de si mesmo, é resultante do progresso evolutivo pelas quais passou ao longo dos milênios, nos diversos reinos anteriores, onde adquiriu, como princípio de inteligência, atração no mineral, sensação no vegetal, instinto no animal. (Ver LE, questões 540, 585 a 613, O Problema do Ser do Destino e da Dor – Léon Denis, O Consolador-Emmanuel, e Evolução em Dois Mundos - André Luiz).
Na questão 115, esclarecem que os Espíritos são criados simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimento. Segundo Kardec, é como uma criança que vai aos poucos adquirindo os conhecimentos que lhe falta, ao percorrer as diferentes fases da vida. E os Espíritos complementam: “a vida do homem tem fim, enquanto a dos Espíritos se estende ao infinito”.
Nós podemos entender desta forma, que o Espírito progride sem cessar, o que é afirmado a Kardec nas questões de No. 116 a 120, e quando os Espíritos afirmam a Kardec que o Espírito humano progride, eles estão se referindo a toda a espécie humana, onde quer que ela se manifeste, em qualquer ponto deste ou de qualquer outro planeta, esteja onde estiver.

No livro A Gênese, de Allan Kardec, cap. XI – Emigrações e imigrações dos Espíritos, entendemos que estas acontecem num processo incessante de reencarnações e desencarnações no âmbito deste planeta Terra entre os seus habitantes, aqueles que comungam da mesma psicosfera evolutiva (intelecto-moral), o mesmo acontecendo entre a comunidade planetária, como parte de um processo evolutivo existencial universal.
Assim sendo, Allan Kardec, reportando-se a Instruções dos Espíritos, afirma que uma grande imigração de Espíritos provenientes de outro planeta ou planetas se deu na Terra, dando origem à raça simbolizada pela pessoa de Adão, e por essa razão chamada de raça adâmica.
Esta raça é a “mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a mais inteligente, e que impele ao progresso todas as outras.” Trazem habilidades artísticas, científicas, filosóficas, sem haver passado a sua infância espiritual na Terra.
A Gênese (acima citada): “Adão e seus descendentes são apresentados na gênese bíblica como homens sobremaneira inteligentes, pois que, desde a 2ª. geração constroem cidades, cultivam a terra, trabalham os metais.(...) Na cronologia chinesa de 30.000 anos, existem documentos que comprovam que o Egito, a Índia e outros lugares eram povoados e floresciam há mais de 3.000 anos. Há ainda relações entre a América e os antigos egípcios.”

Na Revista Espírita de janeiro de 1862 há um artigo de Allan Kardec sobre a interpretação dos anjos decaídos e da perda do paraíso; para esses Espíritos, os habitantes da Terra não passavam de animais vivendo num ambiente ingrato e hostil: daí a origem da teoria da Metempsicose, estudada por Pitágoras que a aprendeu de iniciados egípcios. “A vaga lembrança intuitiva que guardavam da terra donde vieram é como uma longínqua miragem a lhes recordar o que perderam por culpa própria.”

Aqui estariam as origens do EUGENISMO SELETIVO, ou seja, a teoria segundo a qual existe uma raça ariana, pura: este foi um dos principais objetivos do movimento nazista, que postula a raça ariana como a melhor dentre as demais.
Segundo Allan Kardec, esses Espíritos – ditos capelinos - seriam os anjos ou Espíritos decaídos, aqui vindos em expiação; “a raça adâmica apresenta todos os caracteres de uma raça proscrita, exilada para a Terra, onde tiveram a missão de fazer progredir os homens rudes que aqui viviam. Sua superioridade intelectual é notória, nos diversos ramos da cultura onde se desenvolveram.

A promessa de um Salvador lhes foi feita, um caminho que os levaria de volta ao “paraíso perdido” e que agora era habitado por Espíritos moralmente superiores. O mito do MESSIAS cresceu entre essas populações, assim como o mito do “pecado original” referenciando as ações praticadas em seu planeta de origem, o mito do paraíso perdido e da árvore do conhecimento, e tantos outros relatados na Bíblia e nos livros sagrados da Antiguidade. A “lembrança” desses Espíritos, de sua situação de exilados, manifestou-se, portanto, através dos mitos, das crenças religiosas e das superstições presentes até o momento.”
A ciência, através da Antropologia, da Sociologia e da Arqueologia trazem vestígios civilizatórios de cidades e culturas bem mais avançadas num dado período da história humana.
De acordo com John Murphy e José Herculano Pires, autores da teoria dos Horizontes Culturais, poderíamos situar a presença marcante dessas culturas desenvolvidas pelas almas encarnadas desses exilados, a partir do Horizonte Agrícola (ref. O Espírito e o Tempo), o mesmo estudado por Ernesto Bozzano e Herbert Spencer.
Portanto, a interferência desses Espíritos que se encarnaram e reencarnaram sucessivamente na Terra se deu em todos os âmbitos culturais, científicos, filosóficos e religiosos, não anulando, contudo, o mérito dos habitantes nativos da Terra.
Emmanuel, em A Caminho da Luz menciona que alguns ainda poderiam estar reencarnados na Terra, entre aqueles mais renitentes e rebeldes.
Não há, contudo, notícias de que hoje – 2012 – ainda estariam entre os habitantes da Terra, referindo-nos às comunicações seguras da mediunidade autênticamente espírita, com base no “Controle Universal do Ensino dos Espíritos”.
Também não há fonte segura – nem espírita nem científica - que ateste a inferência genética desses Espíritos na genética dos habitantes da Terra. A sua interferência se deu no campo cultural, científico, artístico, filosófico e religioso.
(CURIOSIDADE: um artigo publicado na Revista Espírita em 1867 de Camille Flammarion – ligado ao Observatório de Paris, membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, aclamado astrônomo – sobre um Espírito que se identifica como habitante de um planeta do sistema de Capela, comunicação esta não endossada por Allan Kardec.)

2) O QUE O ESPIRITISMO TEM A DIZER SOBRE O PERÍODO DE 12 AOS 33 ANOS DE CRISTO, ANTES DELE COMEÇAR A PREGAR?
As fontes históricas atuais nas quais podemos nos basear para atestar a vinda de Jesus de Nazaré à Terra são bem escassas: dispomos dos 4 Evangelhos canonicos, das referências de Paulo de Tarso em suas cartas epistolares, de citações de Flavio Josefo, em seu livro “Antiguidades Judaicas”, escrito em 93 d.C., muito embora, neste livro, haja inserções posteriores tidas como duvidosas feitas provavelmente durante o período niceano (Concílio de Nicéia, em 325 d.C.). Fontes do século 19, como Ernst Renan, o primeiro historiador que analisa criticamente a personagem mítica criada em torno de Jesus de Nazaré, e historiadores atuais, como Will Durant (“César e Cristo”), dentre outros (consulte-se também "Cristianismo e Espiritismo" de Léon Denis).

Os evangelistas, pouco falam acerca da infância e juventude de Jesus; com oito dias de idade teria sido circuncidado segundo os costumes judaicos. José, seu pai, era carpinteiro e Jesus teria seguido esta profissão por algum tempo. Um menino de 12 anos já é considerado adulto, por isso teve permissão de adentrar ao Templo onde dialogou com os sacerdotes, com seu espírito claro e inquisitivo. Durant descreve o período histórico em que Jesus teria passado sua infância e juventude como um dos mais místicos sob o ponto de vista religioso, e conflituosos, sob o ponto de vista político, visto que a Palestina estava sob domínio romano (IMPERADOR Tibério, enteado de Caio Júlio Cesar Otávio, o imperador da Pax Romana).
Aí poderiam estar as causas da ausência de fatos comprobatórios de sua real existência histórica entre nós.

Os historiadores interpretam os Evangelhos canônicos como fonte questionável e duvidosa, já que sofreram inúmeras alterações e inserções ao longo do tempo. Os Evangelhos considerados apócrifos pela Igreja, isto é, sem a inspiração divina, e excluídos dos textos originais que formaram, ao longo do tempo, a atual Bíblia, contudo, mencionam muitas passagens acerca da infância de Jesus e de sua juventude, porém sem nenhum apoio histórico comprobatório. Nessas passagens, Jesus teria tido desde uma vida normal de criança e adolescente, cercado por sua família até viajado por outras terras e culturas, inclusive vivido junto aos essênios.

Com base no Conhecimento Espírita, Jesus era – e é um Espírito da mais alta envergadura moral que podemos jamais analisar, pois falta-nos compreensão para tal. Podemos nos aproximar vagamente de sua Natureza, quando os ESPÍRITOS SUPERIORES nos informam acerca da Escala intelecto-moral pelas quais um Espírito atravessa em seu processo ascencional – questões de número 100 a 110 de O Livro dos Espíritos.
Jesus de Nazaré não foi deus corporificado, não é a segunda pessoa da Trindade, não foi um deus olímpico, não é o Messias judaico, não é o Messias cristão herdeiro daquele, não veio fundar uma religião, não veio à Terra para nos salvar ou para pagar pelos nossos pecados, Jesus não voltará à Terra.
Jesus, o Mestre, acompanha a nossa evolução com olhos amorosos e sábios - deste Amor e Sabedoria que ainda não podemos compreender, por isso o envolvemos em nossa mística natural, porém imersa ainda nas sombras de nosso tempo.
Ele veio à Terra pelos meios naturais, pois nem Ele mesmo poderia contrariar as Leis Divinas que vive em plenitude de consciência. Viveu até os 33 anos; segundo a tradição cristã, os seus últimos 3 anos passou pregando e vivendo as Leis Divinas, consubstanciadas numa pequena frase: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Jamais poderia aprender com alguém, pois é Mestre – não voltará à Terra em um novo corpo, pois já voltou em Espírito, na Codificação Espírita, como Espírito da Verdade, enviando o seu discípulo dileto, Allan Kardec, para que reconstruísse o que os homens destruíram ou modificaram ao longo do tempo.
Ele está perto de todos os que buscam vivenciar os seus ensinamentos – e é O Evangelho Segundo o Espiritismo quem no-lo traz de volta à nossa convivência.


3) PODERIAM EXPLICAR SOBRE A FERTILIZAÇÃO “IN VITRO” E O QUE ACONTECE COM OS EMBRIÕES QUE NÃO SÃO UTILIZADOS? EM QUE MOMENTO SE DÁ A UNIÃO ENTRE O ESPÍRITO E O CORPO FÍSICO DURANTE A GESTAÇÃO?
O Espiritismo informa que a união do Espírito à matéria corporal se dá no momento da concepção. O Espírito vai perdendo gradativamente a própria consciência, à medida em que o embrião se desenvolve no útero materno. Findos os nove meses, uma nova reencarnação se abre ao Espírito – agora Alma, que seguirá os seus projetos e compromissos, conforme os tenha assumido na dimensão extra-física, ou submeter-se–á a uma reencarnação expiatória, segundo os seus registros do passado comprometedor.
Todos somos, portanto, herdeiros de nós mesmos e das nossas ações.
Com relação aos embriões fecundados artificialmente em laboratório, são descartados à medida em que não há interesse em conservá-los por parte das instituições mantenedoras.
Contudo, vamos reformular a pergunta : HÁ ESPÍRITOS LIGADOS EM TAIS EMBRIÕES? EM CASO AFIRMATIVO, O QUE ACONTECE COM ELES AO SEREM OS SEUS EMBRIÕES DESCARTADOS? E, NO CASO DAS EXPERIÊNCIAS COM CÉLULAS TRONCO? HÁ ESPÍRITOS?
Com base nos ensinamentos dos Espíritos Superiores na Codificação, podemos deduzir qe: (base em http://www.palavraespirita.com.br/pe_conteudo.php?id_edicao=121&texto=3&detalhe=0)

“Primeiramente, o Espiritismo”, (bem como as religiões), “posiciona-se contra o aborto justamente porque após a concepção já temos vida, pois o Espírito está ligado ao corpo físico, que naquele momento possui apenas uma célula. A descrição de um renascimento é feito com detalhes em ‘Missionários da Luz’, livro de autoria do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier. Ali, o Espírito Segismundo tem sua forma perispiritual reduzida” (como todos os seres humanos) “ - e, antes mesmo da concepção, aproxima-se psiquicamente de sua futura mãe – ambos passam a conviver numa mesma psicosfera mental. Em seguida, ocorre a concepção. Neste exemplo, a família é estruturada e a gravidez, planejada. Por isso, afirma o Espírito Alexandre, não há dois renascimentos absolutamente iguais. Vamos encontrar, na Terra, as mais diversas situações: reencarnações compulsórias, inconscientes, automáticas, indesejadas ou interrompidas. A tecnologia da fertilização in vitro pode ter criado um “novo tipo de reencarnação”, e se isso realmente acontece, há Espíritos ligados aos embriões...”
Esse é o argumento apresentado por Associações Médico Espíritas no Brasil para rejeitar a pesquisa com células-tronco embrionárias, recomendando que sejam utilizadas as células-tronco adultas, presentes em diversos tecidos e no cordão umbilical.
Porém, ao se congelar, o embrião não mais oferece condição de vida, quando então o Espírito se desligaria do embrião.
“Allan Kardec toca no assunto quando pergunta aos Espíritos sobre os natimortos, na questão 356 de O Livro dos Espíritos. Os Espíritos respondem que existem corpos que nunca tiveram um Espírito ligado a eles. ‘Nada tinha que se efetuar para eles’, demonstrando que há uma direção inteligente a conduzir as nossas existências.
São informações e opiniões importantes para nossa análise do tema, porque o Espiritismo jamais se colocará contrário ao progresso científico, desde que seus meios e fins sejam éticos e benéficos. Vale a pena refletir sobre as células-tronco.
Se Deus permitiu que nossos laboratórios alcançassem o inimaginável estágio de interferir nos processos microscópicos da vida, talvez seja um sinal de que podemos dispor de ética e responsabilidade para utilizar tais recursos para o bem. Os embriões podem vir a ser instrumentos para a terapia que está sendo objetivada com essas pesquisas.
Certeza, talvez não tenhamos. Mas esperança, isso sim.”

4) O QUE É HOMOSSEXUALIDADE? O PORQUE DA HOMOSSEXUALIDADE? COMO O ESPIRITISMO E OS ESPÍRITAS DEVEM SE COMPORTAR DIANTE DO HOMOSSEXUALISMO? E A FAMÍLIA E O HOMOSSEXUAL? O QUE A DOUTRINA ESPÍRITA NOS ENSINA?
Nas questões 200 a 202, de O LE, os Espíritos Superiores nos informam que os sexos dependem das constituições orgânicas, ou seja, um Espírito, portanto desencarnado, não é homem ou mulher com características fisiológicas. Um Espírito pode animar corpos masculinos e femininos em diversas existências, para que as provas e deveres específicos a serem enfrentados lhe garantam ocasiões de progresso. Se reencarnasse somente como homem ou somente como mulher, só saberia o que aquele sexo sabe.
Portanto, o Espírito traz em seu psiquismo as duas polaridades, masculina e feminina, que se manifestarão fisiológicamente, ora uma, ora outra, conforme as necessidades de aprendizado evolutivo na qual se situe nas reencarnações que o aguardam.
Essas manifestações ou reencarnações ora em corpos masculinos ora em corpos femininos se dão de forma a garantirem ao Espírito o equilíbrio emocional e fisio-psíquico de que necessita, através de um longo preparo nas dimensões espirituais de forma a assegurar ao Espírito, o sucesso de sua reencarnação.
Um Espírito Puro, da categoria de Jesus, alcançou o equilíbrio e a harmonia perfeitos entre ambas as polaridades.

“Sexo, Problemas e Soluções”, questão 782: “A homossexualidade é a ação da libido sobre uma das polaridades psíquicas, cujas características são opostas às características psíquicas exigíveis para a harmonia do Espírito com o seu corpo físico. Essa influência da libido, contrária à identidade psíquica do Espírito com a sua função reencarnatória, é determinada por fatores de natureza espiritual.”
Desde a Antiguidade, seja oriental ou ocidental, o homossexualismo era praticado de forma natural, constituindo, em algumas culturas, um rito de passagem da infância para a idade adulta. Em outras culturas, a homossexualidade promíscua e a permissividade heterossexual estavam presentes em rituais religiosos comunais, fossem pagãos ou cristãos, como no medievo (período medieval), quando, na noite de ano-novo, abriam-se as portas da psique coletiva e dava-se início ao festum fatuorum (Festa dos Loucos) para os clérigos, que durava 4 dias e 4 noites (Alain de Botton, “Religião para Ateus”).

A sexualidade humana precisa ser compreendida e respeitada pois faz parte das Leis Naturais, compondo as Leis morais de Sociedade, Reprodução, Conservação e Progresso. O Espírito encarnado sofre as influências do corpo físico, do meio onde vive e das circunstâncias que o cercam (SPS, 799); neste século onde tudo é aprovado e permitido pelo poder midiático, cabe ao ser humano perguntar-se: isto me convém?
(SPS, 801) As deficiências morais, a influência do meio, o tipo de educação sexual recebida, a influência negativa de mentes encarnadas ou desencarnadas, as interferências de um corpo físico em desequilíbrio, o abuso das energias sexuais na atual existência corpórea e em existências anteriores, o condicionamento cultural milenar e desajustes emocionais podem ser considerados exemplos de fatores ligados ao desequilíbrio psíquico causador de distúrbios sexuais.

Toda experiência reencarnatória representa uma aquisição do Espírito (JHPires, Pesquisa sobre o amor, pg.82), que passará a integrar as suas funções cognitivas em forma de categorias da intuição. Enquanto não desaparecerem os resíduos do inconsciente, a experiência superada pode ser reativada pela imprudência e pelo abuso. (...) A sexualidade é a condição que deve concretizar no tempo histórico o poder criador do homem e da mulher, na conjugação efetiva dos elementos biológicos, sob a regência do Amor. O sexo é o instrumento dessa realização genética que exige do casal humano a doação total dos poderes espirituais e corporais nele concentrados, no ato da criação. A mecânica sexual do gozo pelo gozo é um aviltamento da função genésica, cuja finalidade última é a encarnação do Ser, primeiro passo da ontogênese terrena. Nos casais evoluídos o ato sexual não se reduz ao prazer sensorial.
(PSA, pg.85) Hoje, graças a Bergson e outros filósofos da Moral (não religiosa, estudo do desenvolvimento do senso moral na Filosofia), todos reconhecemos a ligação genética entre Consciência e moral. Essa relação explica as variações da Moral, sua evolução histórica através de fases bem definidas e as razões profundas de sua influÊncia no campo das questões de ordem sexual.
Jesus ensinou que o amor ao próximo é o princípio do respeito à Vida. Respeitemo-la, portanto, sob qualquer forma em que se manifeste.

5) ESCREVI UM LIVRO POLICIAL SOBRE CRIMES E VIOLÊNCIA EM QUE OS PERSONAGENS COMBATEM O CRIME. ELE SERÁ PUBLICADO E UMA AMIGA ME DISSE QUE VOU PARA O UMBRAL PORQUE A LEITURA INFLUENCIARÁ NEGATIVAMENTE AS PESSOAS. ISSO PODE ACONTECER?
O Espiritismo é uma doutrina filosófica, com bases de experimentação científica e com repercussões ético-morais. Isso significa que neutraliza todas as concepções religiosas e que se sustentam nas punições após a morte. O que a sua amiga disse equivaleria, numa linguagem religiosa, dizer que o Sr. iria para o sofrimento eterno, nos caldeirões da incúria.
O Espiritismo filosófico esclarece, aclara, e estimula a reflexão profunda acerca da Vida e seus valores. Contudo, é preciso estudá-lo, estudá-lo, estudá-lo, para que não caiamos nas interpretações religiosas e espiritualistas, de cunho mítico e místico, que nada acrescentam, ao contrário, eternizam a ausência de explicações lógicas e justas para a humanidade, com relação aos objetivos existenciais sejam nesta vida corpórea como na vida em outras dimensões, escravizando-nos a um menor padrão mental.
O Espiritismo esclarece que somos responsáveis pelos nossos pensamentos e atos; pensamentos, quer se concretizem ou não, e atos como deliberação, decisão e ação.
O que pensamos, falamos, escrevemos, fazemos, acarreta sintonias do mesmo padrão. Ex.: se pensamos, falamos, escrevemos, fazemos o Bem, atraímos o Bem; se pensamos, falamos, escrevemos, fazemos com base na ausência do Bem, atraímos o mesmo padrão.
O mal que grassa hoje em nossos pensamentos e sentimentos é obra de nossas próprias criações. Cultivamos sentimentos obscuros como a inveja, o ciúme, a maledicência, o orgulho, a maldade, a omissão, o descrédito, a ignorância pura e simples.
O Espiritismo é um convite, da mais alta envergadura moral que as Falanges Espirituais do Bem, sob a orientação de Jesus de Nazaré trabalharam por encaminhar à Humanidade.
Porém, continuamos renitentes e hesitantes em aceitá-lo. As consequências dessa omissão deliberada, estão chegando, a cada dia que passa. Se pensarmos e agirmos no clima da violência e da morte, como quer a mídia, por esemplo, que sobrecarrega o subconsciente humano individual e coletivo, de barbárie, como se fosse possível voltarmos aos primórdios de nossa evolução, só podemos atrair ao nosso convívio Espíritos desencarnados que transitam na barbárie.
Exemplos: as mortes por violência no trânsito, o alcoolismo e as drogas, o sexo descartável, os filmes que exaltam as reações violentas, os seriados de TV e novelas que induzem e estimulam à vingança, ao ódio, à vivência nas sombras do psiquismo estão aí em abundância.
Certamente, que a criação e a adesão a esse padrão atrairá outros padrões congêneres, escravizando criadores e adeptos nos mesmos níveis obssessivos e patológicos, gerando infelicidade e enfermidades de etiologia obscura seja nesta ou em próximas reencarnações. E o que é mais triste, tudo isso por opção própria.

6) A DEPRESSÃO PODE ESTAR RELACIONADA À OBSESSÃO?
A depressão – não a tristeza, que é normal, assim como a nostalgia – mas a depressão como sentimento de profunda melancolia sem alterações durante um longo tempo é passível, se diagnosticada como depressão, de atrair processos obsessivos.
Portanto, o tratamento espiritual aliado à terapêutica médica bem conduzida, a mudança de padrão mental, o estudo e a reflexão com bases espíritas, o Evangelho no Lar e a vontade de melhoria, são fatores que conduzem ao restabelecimento do paciente.

7) ESTUDOS MOSTRAM QUE OS CÃES SÃO OS MAIS PRÓXIMOS DO HOMEM NO QUE SE REFERE À INTELIGÊNCIA EMOCIONAL. Os cães SÃO ANTECESSORES DOS HOMENS NA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL?
O Espiritismo detalha a evolução do Princípio Inteligente nos Reinos anteriores ao Reino Hominal, no processo evolutivo. Ao alcançar o nível da racionalidade, deixa de ser um princípio de inteligência para ser uma Inteligência Racional, ou seja, capaz de raciocinar, de deliberar, de decidir. (Por IVAN DE CARVALHO SANTOS LIMA
Biólogo e editor da Folha Biológica ): “Fica muito difícil definir, entre as espécies da natureza, aquelas mais “evoluídas” de outras “menos evoluídas”, quando se percebe que EVOLUÍDO, como conceito, é bastante subjetivo e EVOLUÇÃO, como processo, não é retilíneo, mas ramificado, como uma árvore.
? Porque se diz comumente que os animais são mais evoluídos que os vegetais?
Porque aqueles se aproximam mais do “ideal”, o ser humano. (Quanta modéstia...) Não somos mais ou menos evoluídos que os vegetais, apenas adaptados a ambientes diferentes, ou realizando as mesmas funções por mecanismos diferentes.
Se o conceito de evolução for regido por complexidade ou eficiência, os vegetais podem então ser considerados mais evoluídos que os animais pelo menos no aspecto da nutrição.
Além de a realizarem com uma eficiência inigualável, os vegetais são capazes de fabricar o próprio alimento, porque apresentam um aparato de substâncias químicas muito mais complexo que aquele utilizado por nós.
Torna-se preferível utilizar o termo “mais bem adaptado” a “mais evoluído” quando se quer Ter noção comparativa. Assim, automaticamente somos forçados a raciocinar; mais evoluído sob que aspecto? Mais bem adaptado em relação a que?
Os primatas são um fracasso como grupo quando comparados aos insetos. Estes últimos respondem por dois terços de todas as espécies de animais do planeta.
Conclusão: os insetos estão bem mais adaptados que os seres humanos. Menor tamanho significa maior quantidade de alimento disponível. Apêndices articulados e, na maioria das vezes, asas, significam agilidade. Produzem, com freqüência, centenas ou milhares de ovos, o que significa maior produção e maior capacidade de disseminação.
A evolução é acima de tudo um fenômeno mágico, fascinante e misterioso, pois desafia as leis que induzem à simplicidade para aquisição de estabilidade. Quanto mais simples, mais estável.
A nossa esperança é que todos acordemos para o fato de que a evolução não ocorre apenas no plano material. É necessário, atentar para a necessidade de evolução intelectual, moral e espiritual, que se processam independentemente ou em conjunto.”
Portanto, não podemos comparar os seres das outras cadeias evolutivas como “menores ou maiores” em evolução, pois cada qual tem a sua função na Natureza. E como se dá a transposição de um Reino para outro? A partir do momento em que se haja adquirido todos os fatores preponderantes ao desenvolvimento da inteligência e dos sentimentos, estes últimos contudo, com maior ênfase no ser humano dotado de raciocínio; a “passagem” de um reino para o outro se dá nas dimensões extra-físicas.

8) O QUE É FLUIDO?
Existem várias definições para Fluido:
Um fluido é uma substância que se deforma continuamente quando submetida a tensões, não importando o quão pequena possa ser essa tensão. Num subconjunto das fases da matéria, os fluidos incluem os líquidos, os gases, os plasmas e, de certa maneira, os sólidos plásticos.
Os fluidos compartilham a propriedade de não resistir a deformação e apresentam a capacidade de fluir (também descrita como a habilidade de tomar a forma de seus recipientes). Estas propriedade são tipicamente em decorrência da sua incapacidade de suportar uma tensão de cisalhamento (ou corte) em equilíbrio estático. Enquanto em um sólido, a resistência é função da deformação, em um fluido a resistência é uma função da razão de deformação. Uma consequência deste comportamento é o Princípio de Pascal o qual caracteriza o importante papel da pressão na caracterização do estado fluido.
Os fluidos também são divididos em líquidos e gases. Líquidos formam uma superfície livre, isto é, quando em repouso apresentam uma superfície estacionária não determinada pelo recipiente que contém o líquido. Os gases apresentam a propriedade de se expandirem livremente quando não confinados (ou contidos) por um recipiente, não formando portanto uma superfície livre.
A distinção entre sólidos e fluidos não é tão obvia quanto parece. A distinção é feita pela comparação da viscosidade da matéria: por exemplo asfalto, mel, lama são substâncias que podem ser consideradas ou não como um fluido, dependendo do período das condições e do período de tempo no qual são observadas.
O estudo de um fluidos é feito pela mecânica dos fluidos a qual esta subdividida em dinâmica dos fluidos e estática dos fluidos dependendo se o fluido esta ou não em movimento. (Fonte: Wikipedia)

O Espiritismo através de estudos feitos por Allan Kardec, que foi um especialista em magnetismo, amplia os conceitos científicos com o desenvolvimento das pesquisas com relação ao Fluido Vital e ao Fluido Cósmico (este último, o elemento primordial, o arkhé dos gregos antigos). No livro A Gênese podemos encontrar todo um Capítulo, o cap. 14, acerca desses estudos. Com relação ao Fluido cósmico:
“O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza.
Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos:
o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal
e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele (mundo visível). (Ver: Partícula de Higgs)
O ponto intermédio é o da transformação_do_fluido_em_matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos_imponderáveis como termo médio entre os dois estados. No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria_tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível.”

Este foi um dos grandes momentos para a Doutrina Espírita, ao desenvolver a Teoria do Elemento Primordial, uma busca que até hoje intriga os cientistas atuais, e que a Física Quântica pretende elucidar.

Pesquisa e redação: SONIA THEODORO DA SILVA

8 de agosto de 2012

O REINO


"O jovem carpinteiro nos deu o exemplo do exemplo, ou seja, ensinou-nos, pelo exemplo, que é esta (Amor) a maior força transformadora do Mundo. (...) Todos os que O conhecem sentem-se atraídos por Ele (...) procuremos segui-lO, não como um salvador que nos livra dos pecados, mas como um guia que nos ensina o Caminho do Reino." (Excertos do livro O Reino, JHPires).

O texto abaixo, de autoria de Neide Fonseca (pesquisadora e orientanda do Projeto Estudos Filosóficos Espíritas), foi construído com base no programa das aulas presenciais do VER-Visão Espirita da Religiosidade (http://vervisaoespiritadaeligiosidade.blogspot.com). Trata-se de análise informal do conteúdo analógico do livro O REINO, de autoria do prof. José Herculano Pires e orientado pelo Projeto Estudos Filosóficos Espíritas.

ASPECTOS QUE CONDUZEM AO ENTENDIMENTO DA IMPLANTAÇÃO DO REINO DOS CÉUS SOBRE A TERRA, CONFORME OS DIZERES DE JESUS.

1. Como José Herculano Pires, no livro “O Reino” conduz esta ideia?
O autor nos conduz à ideia do Reino dos Céus a partir do olhar para nos mesmos: analisar nossos sentimentos, descobrir o que orienta as nossas ações, o nosso modo de viver, os nossos valores. Se recorrermos aos dizeres e à vivencia de Jesus, veremos que Ele deixou um roteiro para fazermos esse mergulho interior e ao final e ao cabo perceber que esse Reino dos Céus começa dentro de nós.
Na Grécia antiga, no antigo Templo de Apolo em Delfos, há uma inscrição que ainda hoje é objeto de reflexão:
“Advirto-te, sejas quem fores... Em ti se encontra oculto o tesouro dos tesouros!... Homem!... Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo e os Deuses”.
Muito tempo depois Sócrates refletiria e nos faria refletir sobre essa inscrição (http://filosofiaespiritaencantamentoecaminho.blogspot.com.br/). “Conhece-te a ti mesmo”.
Ao nos conhecermos em profundidade veremos que, de fato, o tesouro dos tesouros que para mim pessoalmente trata-se do o Reino dos Céus mencionado pelo Mestre, encontra-se oculto dentro de cada ser humano.
A presença de Santo Agostinho na Codificação vem dar um significado mais amplo ainda a essa busca pelo autoconhecimento, na resposta à pergunta 919-A, de “O Livro dos Espíritos”, ao afirmar que “O conhecimento de si mesmo é a chave do progresso individual”, e exemplifica como alcançar esse Reino de paz.
Para isso é importante a fé raciocinada, porque somente através da razão, do conhecimento, poderemos analisar o sentido da vida, a finalidade de tudo.

2. O que representa para você o Reino dos Céus?
Certa feita, Jesus perguntou a Tadeu: - “qual o principal objetivo das atividades de tua vida”?
E Tadeu respondeu-lhe: - “Mestre, estou procurando realizar o Reino de Deus no coração”.
(Livro “Boa Nova” – Francisco Candido Xavier pelo Espírito Humberto de Campos).
Vejamos então que Jesus não perguntou qual o principal objetivo de tua vida, mas sim, qual o principal objetivo das atividades de tua vida. O Reino dos Céus pode, portanto, representar a paz interior alcançada, mesmo diante dos maiores desafios da vida, porque ancorada na certeza da imortalidade. E neste sentido, todas as atividades da minha vida, desde os simples afazeres domésticos até as tentativas de direcioná-las para a edificação desse Reino, que como diz o prof. Herculano Pires, é objetivo, concreto e pertence a este mundo.
A Doutrina Espírita nos proporciona uma melhor compreensão do “Conhece-te a ti mesmo”. Isso porque “a fé espírita é raciocinada, .....ela sustenta o ser em sua trajetória de luz”. (http://filosofiaespiritaencantamentoecaminho.blogspot.com.br/).

3. É possível implantar o Reino ainda hoje nos corações humanos?
Sim, é possível desde que comecemos por nos mesmos, também pelos exemplos à família e ao entorno e, por consequência, numa visão mais ampla, ao mundo. Transformemo-nos e transformaremos o mundo!
O processo é bastante longo, sem atalhos, pois que a edificação do Reino não comporta atalhos. Porém para implantá-lo é preciso desconstruir outros pequenos reinos que cultuamos há milênios, a exemplo, do reino do egoísmo; da preguiça; da discórdia; da inveja; etc., etc.
Para tanto, é preciso ver para além das aparências, ou seja, analisar profundamente tudo o que nos cerca metodicamente, pacientemente; trata-se do bom combate, como Paulo de Tarso definiu a sua própria existência, sem violências, embora as potestades do ar e da terra lutem com armas nada ortodoxas como a obsessão e o materialismo sempre crescentes no momento atual.
Para se chegar ao Reino só existe um meio: o roteiro traçado por Jesus. Qualquer outro meio que não este nos levará a atalhos infindáveis e obscuros; a ética e a moral são componentes preponderantes para se alcançar o Reino dos Céus.
Existem duas formas de “perder” a vida:
A primeira é agarrar-se às coisas transitórias;
A segunda é seguir o roteiro de luz que o Mestre nos deixou.

Assim como há duas formas de encontrar a vida.
A primeira é pela dor. Pela porta larga.
A segunda é pelo amor, posto que disse Jesus: “Aquele que perder a vida por Amor de mim, a encontrará”.
Portanto, para implantar o Reino é necessário que cada um de nós saiba qual é nossa finalidade no mundo; como é possível desvendar a nossa essência, ou como indagava Nietzsche: Como tornar-me aquilo que sou? Sabendo que somos filhos de Deus, herdeiros de tudo o que Ele criou e cria constantemente, sabendo que somos centelha divina, portanto, como tal, por que ajo de forma contrá ria? Por que odeio àquele que deveria considerar meu irmão? Por que ajo sem ética com aqueles que não pertencem ao meu grupo? Esse mundo que vivo agora é aparente ou real?
Muito interessante a reflexão de Leandro Chevitarese em:
(http://www.cpflcultura.com.br/2011/06/03/um-mundo-sem-finalidade-e-que-nao-segue-uma-ordem-moral-%e2%80%93-leandro-chevitarese-2/), de que precisamos sair da Caverna tão bem descrita por Platão, como alegoria da dualidade luz/sombras, o mundo das aparências, passar pelo período de libertação (como o próprio processo de autoconhecimento) e depois retornar à caverna com a intenção de mostrar através de uma nova ética, uma nova moral, que existe o mundo real e verdadeiro - o Reino.
Na Alegoria da Caverna podemos também fazer a seguinte reflexão: o próprio movimento de ir e vir das obscuridades que a caverna oculta, pode significar a volta para dentro de nós mesmos, o mergulho interior de onde emergiremos melhores.

No capítulo XXIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo – Moral estranha, Jesus nos aconselha a abandonar pai, mãe e filhos para vivenciar o Reino dos Céus desde aqui da Terra. Essa forte linguagem utilizada por Jesus para nos fazer meditar sobre o apego às coisas transitórias, inclusive a família carnal, é um exemplo do quanto devemos nos transformar para passarmos pela porta estreita,passagem esta onde só cabe uma pessoa por vez. Ao mesmo tempo somos advertidos de que ninguém pode ser feliz rodeado de infelicidade, ou seja, de que vale atingir o Reino sozinho?
Por isso a construção do Reino é ao mesmo tempo individual e coletiva.

Citações: PIRES, J.H., O REINO;
Revisão: Sonia Theodoro da Silva.

3 de agosto de 2012

AS VIAGENS DE ALLAN KARDEC: 1862-2012

1a.Viagem: 1860; 2a. Viagem: 1861; 3a. e última Viagem: 1862

É curioso notar como a divulgação doutrinária alcançou os corações compromissados com a Causa espírita, no século XIX. Estamos habituados a ver, em Kardec, o missionário que conseguiu realizar um trabalho de grande envergadura, em tempo record, e com o máximo critério metodológico que o conduziu à excelência de uma obra, que já trazia em si o selo do Espírito da Verdade.

No entanto, há, também, no Codificador, a veia do tribuno - e mais - do Mestre aconselhador, benevolente, criterioso, pois à época, tais qualidades e recursos eram de premente necessidade para que o trabalho se concretizasse, embasado na seriedade e na fidelidade aos ensinos dos Espíritos Superiores.

No outono de 1860, parte Kardec de Paris, em direção a Lyon. Já concluíra O Livro dos Espíritos, três anos antes, e o opúsculo O que é o Espiritismo, em 1859, e trabalhava com afinco, na elaboração da Revista Espírita. Contudo, sabia que o maior trabalho ainda estava por vir. Por isso, limitaria as suas disposições a seis viagens apenas. Não podia comprometer a feitura da obra, toda ela dependente de introspecção, e de acurada pesquisa e trato metodológicos, como bem explicitaria em O Livro dos Médiuns, um ano depois, e que já trazia no bojo de suas experiências pedagógicas, como evidenciava em seu Plano Proposto para a melhoria da Educação Pública, em 1828.

Em retorno à sua cidade natal, surpreso de lá constatar o crescimento do Espiritismo, já ouvira de um Espírito, o comentário seguinte: Por que te espantas? Lyon é a cidade dos mártires. A fé ali ainda é viva! Ela dará apóstolos ao Espiritismo. Se Paris é a cabeça, Lyon é o coração! Referia-se o Espírito comunicante às personagens do Cristianismo primitivo, sacrificados à época dos imperadores romanos Séptimo Severo e Caracala. Lyon, pela sua posição geográfica, havia sido o centro político administrativo do mundo gaulês. Para ela, afluiam diversas estradas importantes, convertendo-se, por isso mesmo, em residência quase que obrigatória de numerosas personalidades representativas romanas. Relata Emmanuel, que para ali convergiram a arte e a ciência, o comércio e a indústria. Todavia, apesar do crescimento e da soberba vida intelectual, dolorosa carnificina de cristãos lá ocorreu em 202 d.C. . Por vários dias perdurou a perseguição, com assassínios em massa. Abnegados seguidores de Jesus erigiram sua memória à posteridade, como os grandes símbolos da Bondade, da Fé, da Mansuetude, da Tolerância, da Humildade, da cooperação fraternal e da diligência que empregavam no aperfeiçoamento de si mesmos, sacrificados à sanha dos perseguidores implacáveis, ali aclimatados pela força da conquista. Experimentados pela dor, amavam-se os irmãos na fé, segundo os padrões do Senhor. Em toda a parte, a organização evangélica orava para servir e dar, em vez de orar para ser servida e receber.

Prossegue Emmanuel, revelando que amavam-se reciprocamente, estendendo os raios de sua abnegação afetiva por todos os núcleos da luta humana, jamais traindo a vocação de ajudar sem recompensa, ainda mesmo diante dos mais renitentes algozes.

Recebendo instruções de dedicados servidores da Causa Cristã, seguidores do apóstolo João, a Ecclesia de Lyon primava pelas realizações intelectuais e pelas obras de assistência, eternizando as mais vivas tradições do Evangelho de Jesus de Nazaré.

Foi nesta cidade que nasceu o prof. Rivail, e lá realizou sua primeira prédica da Causa Espírita. Lá chegando, constatou que não mais existia a casa que lhe servira à infância, consumida em uma inundação, em 1840. Recebido a 19 de setembro de 1860, no Centro Espírita de Broteaux, é acolhido à porta pelo Sr. Dijou e esposa. Este é, na História, o primeiro encontro de dirigentes espíritas. À sua frente, consubstancia-se o grande feito que compete à Doutrina Espírita realizar, e é em sublime epístola, que o Espírito Erasto, dirigindo-se à comunidade lionesa, registra o encontro fraterno.

Ali, é fomentada a primeira base de divulgação do Espiritismo pela oratória, que, daquele momento em diante, seguiria seus passos, inquebrantável e grandioso, através de seus discípulos Léon Denis, Gabriel Delanne, Camille Flammarion, incentivando outros corações, como um rastro luminoso e perpétuo, a prosseguir pelos séculos porvindouros. Kardec retornará ainda à cidade dos mártires cristãos em 1861. Lá, aborda seu tema predileto, a Caridade. Em 1862, deixa Paris para a terceira e mais extensa viagem. A novembro do mesmo ano, registra, na Revista Espírita, as suas informações: Durante uma viagem de seis semanas e um percurso de 693 léguas, estivemos em vinte cidades, e assistimos a mais de cinqüenta reuniões. O resultado nos deu uma grande satisfação moral, sob o duplo aspecto das observações colhidas e da constatação dos imensos progressos do Espiritismo. Curioso notar a característica de observador das transformações pelas quais o Espiritismo atravessava, já em sua época. Diz Kardec: É evidente a diminuição dos médiuns de efeitos físicos, à medida que se multiplicam os médiuns de comunicações inteligentes. É que, como os Espíritos o afirmam, a fase da curiosidade passou e já vivemos um segundo período, o da filosofia. E acrescenta, o terceiro, que começará em pouco, será o de sua aplicação à reforma da Humanidade. Sábias palavras, de quem sabia, como profundo conhecedor da alma humana, do papel primaz de remodelador de consciências, que o Espiritismo traz nos conteúdos pedagógicos que formam o seu corpo de Doutrina.

Podemos entender, notadamente na questão 216 de O Livro dos Espíritos, o caráter evolutivo do Espírito que, perpassando pelas reencarnações sucessivas e nas fases de refazimento/aprendizado no mundo espiritual de onde se origina, que está em si mesmo o potencial de transformação para melhor. Observando as manifestações de grupos os mais diversos que hoje se dedicam à preservação do ecossistema do planeta como Greenpeace, WWF e tantos outros , e ainda as ONGs ligadas à assistência do ser humano desvalido e abandonado da atenção de governos indiferentes e estritamente voltados à luta pelo poder, vemos que cabe ao espírita, membro de outra minoria criativa, na expressão de Arnold Toynbee, o cultivo, a preservação, a divulgação do fator moral, que sublima a vida, que a correlaciona com os ensinos do Mestre de Nazaré, que contextualiza a saga humana num só dístico: Fora da Caridade não há Salvação.

Caridade-Fraternidade, que combate a dicotomia do Ente/Ser, iluminando-lhe a fronte e os destinos; que o eleva à categoria de criatura divina, soerguendo-lhe dos erros e enganos em que, obstinadamente, teima em experienciar;

Caridade-Humanista, que o aproxima de outro coração e que equaciona problemas de relacionamento humano numa só expressão: respeito mútuo;

Caridade-Transformação, que solapa o egoísmo e o orgulho ingentes na alma humana, transmutando-a, desvestindo-a do mis-en-scène social no qual derrapa e cai, como num despenhadeiro de trevas e solidão;

Caridade-Solidariedade, que estende as mãos e a inteligência aos eleitos pela Lei, na divina fase de recomposição de experiências, e que, padecentes do sustento espiritual, locupletam-se no crime e nos desregramentos de toda sorte. A sublime admoestação foi lançada. Caberá a nós, que nos dizemos espíritas, primar pela extensão do conceito CARIDADE, que, neste plano de trevas e enganos, refulge qual holofote luminoso a conduzir os que tiverem Boa-Vontade.

Bibliografia: Viagem Espírita em 1862 - Allan Kardec; Ave Cristo - Emmanuel/Francisco C.Xavier

EFE Filosofia Espírita

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